Todos os anos é investido um milhão de euros em projetos que visam conhecer o Mar dos Açores

O Diretor Regional das Pescas sublinhou, no Porto Formoso, em São Miguel, que, “para uma gestão responsável da pesca, é fundamental produzir informação que habilite a melhor decisão”.

Luís Rodrigues falava à margem de um trabalho de campo no âmbito de um projeto de monitorização de áreas marinhas protegidas (AMP) da Região, que junta pescadores e cientistas da Universidade dos Açores.

O Grupo de Trabalho em Áreas Marinhas Protegidas (GAMPA) do IMAR e do Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores tem vindo a desenvolver um plano de monitorização de recursos piscícolas em AMP e noutras áreas costeiras de elevado interesse ecológico em todo o arquipélago com o objetivo de avaliar o estado desses recursos, de habitats e espécies prioritárias, incluindo tubarões e outros predadores costeiros.

São combinados censos visuais subaquáticos com amostragem por sistemas remotos de vídeo (iscado e ‘drop-cam’) e realizados inquéritos a utilizadores do Mar dos Açores para mapear a sua distribuição e avaliar eventuais impactos na biodiversidade, nas espécies comerciais, nas espécies vulneráveis/listadas e na estrutura ecológica dessas comunidades.

Luís Rodrigues salientou que este trabalho “conta com a participação de pescadores profissionais”, e frisou que, “todos os anos, mais de um milhão de euros é investido no conhecimento do Mar dos Açores, através de projetos dos vários departamentos da Secretaria Regional do Mar, Ciência e Tecnologia, destacando-se, por exemplo, o Programa de Observação para as Pescas dos Açores (POPA), o COSTA, o Plano Nacional de Recolha de Dados, o ARQDAÇO (Campanhas de Monitorização Anual dos Demersais) e o CONDOR.

A missão do GAMPA que está a decorrer em São Miguel e Santa Maria conta também com investigadores do DB-UAc/Cibio e prevê mergulhos em vários locais das ilhas.

O Diretor Regional afirmou ter “boas expetativas” relativamente ao estado da recém-criada área de reserva à pesca da Ribeira Quente, acrescentando que o envolvimento dos pescadores “é essencial, pela partilha de conhecimentos com os cientistas, e para um maior envolvimento nos modelos de gestão aplicados”.

Luís Rodrigues referiu que a Secretaria Regional do Mar está a finalizar um novo Programa para Gestão dos Recursos Costeiros (MONICO), cujo objetivo é produzir mais informação para melhor avaliar, monitorizar e gerir os recursos costeiros do Mar dos Açores.

O Diretor Regional recordou também que, no próximo mês, a Secretaria Regional do Mar organiza, no Faial, a Conferência Internacional sobre Governança do Oceano em Regiões Arquipelágicas.

Este evento vai reunir, entre outros, mais de uma centena de cientistas de vários países que trabalham em áreas das ciências do mar.

‘Gestão da Pesca’, ‘Áreas Marinhas Protegidas’, ‘Ordenamento do Espaço Marinho’, ‘Ciências Socioeconómicas’ e ‘Literacia para os Oceanos’ serão os principais temas a ser abordados.

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